A fraude contábil é tratada no Brasil como um ato ilegal que tem como objetivo enganar as pessoas ligadas à empresa, com intuito de tirar proveito próprio.
Geralmente surge por meio de estratégias criadas para, intencionalmente, manipular informações contábeis de uma entidade, através de documentos falsos, manipulação de valores e até mesmo erros de cálculos. Podemos ter situações de fraudes também em várias contas contábeis, como em contas de caixa e equivalentes de caixa, contas a receber, estoques e outros ativos, assim como em contas de passivo e PL (Patrimônio Líquido).
Muitos são os casos, em perícia contábil, em que são detectadas situações de fraudes contábeis. As fraudes contábeis referem-se a ações ilegais que são realizadas em registros financeiros e contábeis com o objetivo de manipular as informações contábeis, comumente com a finalidade de enganar investidores, reguladores e outras partes interessadas. Isso pode incluir a manipulação de receitas, ativos ou passivos, ou o uso de esquemas contábeis fraudulentos para esconder perdas ou desvios de recursos financeiros.
Nesta atividade, você analisará o caso de fraude nas Lojas Americanas. Foi um escândalo contábil que envolveu a manipulação de resultados financeiros da empresa. O caso começou em janeiro de 2023, quando a empresa anunciou um rombo de R$ 20 bilhões.
A varejista Americanas protagoniza um escândalo bilionário desde o início do ano, quando divulgou um rombo da ordem de R$ 20 bilhões em seus balanços. No início da semana, um relatório interno classificou o caso como fraude e responsabilizou a ex-diretoria pelo esquema.
Entenda o que se sabe até agora.
O início do escândalo
O escândalo da varejista veio à tona no início de janeiro. No primeiro comunicado ao mercado, com poucos detalhes, a empresa disse ter encontrado “inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões em seus balanços.
O rombo foi revelado pelo então CEO, Sérgio Rial, que renunciou ao cargo. Rial foi presidente do Santander, um dos credores das Americanas, e havia acabado de assumir o comando da empresa − ele ficou apenas nove dias no cargo.
Alguns dias depois, a empresa entrou em recuperação judicial, com mais de R$ 40 bilhões em dívidas. O valor representa a 4ª maior recuperação da história do Brasil.
Plano de recuperação judicial
A revelação do rombo deu início a uma série de disputas judiciais com os bancos. Os credores buscam responsabilizar os sócios bilionários da varejista, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
Em março, a empresa apresentou um plano de recuperação judicial, que prevê a venda de uma série de ativos. Entre os negócios que podem ser vendidos está a rede Hortifruti Natural da Terra e a participação no Grupo Uni.Co, dono das franquias Imaginarium, Pucket, Mind e LoveBrands. O plano também prevê a capitalização da empresa em ao menos R$ 10 bilhões, com suporte de seus acionistas. O texto ainda precisa ser aprovado pelos credores, e as negociações continuam.
Um dos pontos em discussão é um mecanismo que proíbe o trio de acionistas bilionários de vender sua participação na companhia pelo prazo de três anos.