Ao longo de nossa disciplina, debatemos sobre os distúrbios de aprendizagem específicos das habilidades acadêmicas, evidenciando a etiologia multifatorial, ou seja, fatores genéticos e ambientais influenciam no estabelecimento da aprendizagem dos sujeitos. O diagnóstico de uma criança com transtornos de aprendizagem começa na escola, a partir da observação atenta do professor quanto ao desempenho, mas também de como a criança organiza seu pensamento ao realizar suas atividades.
Por não se tratar de algo simples, é fundamental, ao profissional da educação especial, saber identificar os sintomas que podem indicar um transtorno, de modo a iniciar o processo de construção da queixa visando compreender o que acontece com o discente e poder encaminhar de forma adequada para os profissionais responsáveis por fechar o diagnóstico.
distúrbios de aprendizagem
Neste sentido, apresento um caso para que você avaliar.
Ao começar a acompanhar uma turma de 4º ano, você observou que João Eduardo não apresentava avanços na aquisição da leitura e escrita. Notou que o menino passou a se isolar ou a desestabilizar a turma sempre que havia atividades envolvendo registro. Ao examinar o caderno dele percebeu haver trocas persistentes de letras como p/q, a/o, m/n, f/t, bem como registros de palavras com muito mais letras que o necessário ou com omissões. Nas atividades de leitura, ele a realizada de forma pausada, soletrava com dificuldade e por vezes completava as palavras de forma aleatória. Ainda, João sempre ficava tenso e ansioso
quando as atividades eram voltadas para leitura e escrita, mas se destacava quando podia participar oralmente. Constatou também que ele não memorizava sequências como dias das semanas ou as estações do ano. Ao observá-lo no intervalo, notou que o senso espacial era inadequado a idade da criança, sempre trombando nos colegas, aspecto esse confirmado pela análise do caderno e os relatos do professor de Educação Física. O desenho era pobre em detalhes considerando a idade e escolarização dele.


