“As doenças transmissíveis relacionadas à pobreza afetam desproporcionalmente pessoas que vivem em comunidades pobres ou marginalizadas. A pobreza cria condições que favorecem a disseminação de doenças transmissíveis e impede que as pessoas afetadas obtenham acesso adequado à prevenção e à assistência. O uso dos determinantes sociais como fatores analíticos privilegiados permite a identificação de padrões de agregação geográfica e sobreposição espacial das doenças transmissíveis. O presente estudo tem como objetivo descrever a distribuição espacial dos indicadores epidemiológicos das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza nos municípios brasileiros, visando demarcar áreas geográficas com concentração de morbidades e condições socioeconômicas precárias para o direcionamento de ações integradas de políticas públicas de saúde e sociais. […] Os resultados deste estudo reforçam a persistência de diversas doenças transmissíveis relacionadas à pobreza e a sua distribuição desigual no território nacional. Evidencia-se a necessidade da continuidade dos investimentos e esforços para o enfrentamento destas doenças, levando em consideração seu padrão de distribuição espacial, a sobreposição geográfica entre diferentes morbidades e com características socioeconômicas precárias, assim como outras políticas públicas que abordem os determinantes sociais da saúde”.
Fonte: GARCIA, Leila Posenato; SILVA, Gabriela Drummond Marques da. Doenças transmissíveis e situação socioeconômica no Brasil: análise espacial. Brasília, DF: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2016. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/7364/1/td_2263.pdf. Acesso em: 17 abr. 2025.
Os trechos são da sinopse de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Doenças Transmissíveis e Situação Socioeconômica no Brasil: Análise Espacial, que demonstra como fatores socioeconômicos e estruturais influenciam diretamente a incidência de doenças transmissíveis como tuberculose, hanseníase, leishmaniose tegumentar, leishmaniose visceral e malária. A concentração dessas enfermidades em regiões com baixos indicadores de saneamento, pobreza extrema e maior desigualdade social reforça a necessidade de uma abordagem intersetorial para seu enfrentamento.
Imagine-se como um profissional integrante de um grupo de trabalho que está desenvolvendo uma política pública de saúde voltada para a redução da incidência dessas doenças. Essa iniciativa exige a participação de diversos setores de políticas públicas para garantir ações efetivas e abrangentes.