No ambiente escolar, a medicalização é um processo de produção discursiva que justifica as dificuldades de aprendizagem, os comportamentos, ou seja, questões atinentes às situações cotidianas vividas nesse contexto, como sintomas de patologias. A identificação de problemas de aprendizagem como efeitos de um possível distúrbio, transtorno, síndrome ou deficiência
influenciou significativamente na construção de um olhar pautado na racionalidade médica com relação aos modos de aprender e de ser na escola. Nessa linha de raciocínio, em que os modos de ser e de aprender na escola ingressam em uma análise que busca a patologia ao invés das potencialidades de cada um, as ciências médicas são, cada vez mais, convocadas pela escola a falarem sobre esses sujeitos. Suas falas ocupam um lugar de definição das capacidades cognitivas, muitas vezes direcionando o discurso pedagógico a uma visão mecanicista da vida.
cotidianas vividas
Fonte: adaptado de: CHRISTOFARI, A. C. A medicalização na escola. Scielo em perspectiva – Humanas, 2015. Disponível em: https://humanas.blog.scielo.org/blog/2015/12/17/a-medicalizacao-na-escola/. Acesso em: 12 jun. 2025.
cotidianas vividas
A medicalização tem sido um tema frequente no ambiente escolar. É fundamental que o psicopedagogo compreenda os aspectos básicos da farmacologia, uma vez que muitas crianças e adolescentes chegam à clínica psicopedagógica já em uso de medicações, especialmente aquelas voltadas ao tratamento de transtornos como o TDAH. Ter clareza sobre conceitos farmacológicos e saber distinguir entre transtornos e dificuldades de aprendizagem é essencial para uma atuação crítica, ética e promotora de saúde.


