O Renascimento Italiano, dentro do campo da História da Arte, é um dos períodos mais conhecidos e apreciados por seus artistas e obras produzidas. Mesmo pessoas leigas, que não entraram em contato com cursos ou disciplinas da área de humanidades, provavelmente conhecem algum nome de artista ou obra produzida neste contexto.
Como Peter Burke (2010 p. 09) afirma:
“No começo do século XV, a Itália não era uma unidade social, nem cultural, embora o conceito de Itália existisse, e alguns homens educados de outras regiões entendessem a língua toscana. Era simplesmente uma expressão geográfica. Mas a geografia influencia a sociedade e a cultura. Sua geografia encorajava os italianos a dedicar ao comércio e à indústria mais atenção que seus vizinhos. A localização central da Itália na Europa e o fácil acesso ao mar permitiram que seus comerciantes se transformassem em intermediários entre Oriente e Ocidente, uma vez que seu terreno, um quinto montanhoso e três quintos acidentado, desestimulava a agricultura. Não é de surpreender, portanto, que cidades italianas — Gênova, Veneza, Florença — tenham desempenhado papel de liderança na revolução comercial do século XIII, ou que em 1300 cerca de 23 cidades do norte e do centro da Itália tivessem populações de 20 mil ou mais habitantes cada. As cidades-repúblicas eram a forma dominante de organização política no século XII e começo do século XIII. Uma população urbana relativamente numerosa e um alto grau de autonomia urbana permitiam que o homem leigo educado assumisse uma excepcional importância. Seria difícil entender os desenvolvimentos culturais e sociais dos séculos XV e XVI sem nos referirmos a essas precondições e tradições.